quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Poliamor


O QUE SIGNIFICA POLIAMOR?




Poli: Muitos, vários.
Amor: Afeto/atração sexual.


Basicamente, o poliamor baseia-se no envolvimento dentre 3 ou mais pessoas, onde duas ou mais possuem algo "sério". É oposto do padrão das relações "mono", em vez de namorar uma pessoa, tu namora duas, ou relaciona-se com uma e é livre para se envolver com mais alguém.

O que muitos confundem é o significado do "amor" dentro deste contexto. Amor não é só paixão, portanto uma relação poliamorosa pode ser romântica e até aquelas kink baseadas quase que puramente em dominação e submissão.


 Pessoas Poliamorosas vs Pessoas Monoamorosas:

Biologicamente, todos nós somos poli e "multisexuais", transaríamos com outras espécies por pura e espontânea necessidade, Maaas temos algo chamado raciocínio, que nos faz desenvolver regras morais que nos impede de realizar o ato com as demais espécies.

E é este mesmo termo, o raciocínio, que nos molda durante a infância e nos faz evoluir de formas diferentes, e assim alguns tornam-se "mono" e outros "poli", tudo depende da forma que seu cérebro associa as informações vivenciadas.


A PESSOA POLI SEMPRE SE ENVOLVERÁ COM TRÊS OU MAIS PESSOAS?

Definitivamente NÃO!

O fato de conseguir ou sentir atração por se envolver com mais de uma pessoa não significa que a pessoa se envolverá somente caso haja mais de uma pessoa.

Pense nisto como o bissexual: Não é porque o bissexual namora uma só pessoa que ele se tornou heterossexual ou homossexual. Ele continua bissexual, mas resolveu envolver com uma só pessoa desta vez.

O mesmo vale para pessoas poliamorosas, podem se envolver com somente uma pessoa se assim for a vontade deles, mas continuarão a sentir  atração por outras pessoas, porém respeitarão o elo que firmaram com o(a) parceiro(a).

QUAIS SÃO OS TIPOS DE RELACIONAMENTOS POLIAMOROSOS:

Em grupo: Três ou mais pessoas formam uma relação "horizontal", onde todas se envolvem "da mesma maneira", por exemplo, 3 pessoas moram juntas e as 3 fazem parte da relação amorosa/sexual.

Aqui, a relação pode ser fechada ou aberta, os 3 podem se envolver somente entre si ou também com pessoas de fora. Tudo depende do acordo entre as 3 pessoas. O mais comum é o famoso "trisal", dois homens e uma mulher, duas mulheres e um homem, três mulheres ou três homens.

Relacionamento paralelo: Quando há mais de uma relação, por exemplo; Julio é casado com Claudia, Claudia é casada com Julio e namora Gabriel. Claudia tem um casamento com um e namora outro, mas Julio e Gabriel não tem envolvimento entre si.

Relacionamento aberto: Os envolvidos possuem um relacionamento fixo, mas são livres para se envolver com outras pessoas, seja de forma avisada ou não, depende do que foi acordado dentre os envolvidos. Exemplo: Carol namora Victor, mas na noite passada teve uma relação sexual com um amigo, ela ainda possui uma relação com Victor e não foi uma traição, pois foi tudo consentido.

As relações poliamorosas podem ou não  possuir hierarquia, onde um está acima do outro. No caso da Claudia, Julio é o topo de sua hierarquia, foi com quem ela decidiu se casar e ter como prioridade.

Finais

O poliamor é consensual, caso contrário não passa de abuso. O intuito do termo é definir pessoas que GOSTEM e sintam atração por mais de 1 pessoa, seja de forma Vanilla ou BDSM. Caso não seja algo consentindo, não é poliamor, mas somente abuso.


Nomes usados são fictícios.
Vanilla: Pessoas não fetichistas.
BDSM: Participantes da subcultura BDSM.
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terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Lide com a negativa

Um desabafo consciente, de TOP para TOPS. O tópico será tratado como ele(o) para ela(a), mas serve para todos os gêneros.


Muitos(as) ficam estressados(as) ou irritados(as) ao ter a negociação interrompida ou receber um "não", portanto senti necessidade de criar este artigo. Espero que entendam como dicas humildes para não ser abusivo(a), insistir ou ser inconveniente.

Ela desistiu antes de me ver, vou cobrar !

Converse, pergunte o que houve, jamais cobre ou brigue. Ainda está negociando, se não sabe lidar com a negativa, como pretende lidar com práticas consensuais, onde um "não" interromperá todo o seu prazer por que incomodou ou feriu, de verdade, outrem ?

A pessoa pode desistir porque caiu a ficha que não é aquilo que ela queria. pode ter aparecido alguém mais próximo, alguém mais interessante, pode ter se desinteressado por algum motivo. A questão é que a pessoa não quer mais, respeite isso. tente com outra pessoa, esta já disse que não deseja. Um motivo é de bom tom, mas ela não é obrigada a aceitar.

Há mil motivos que podem gerar uma anulação do contrato, mas todos eles levaram ao "não', respeite isto.

A gente praticava tanto algo e hoje ela não quer mais, estou enraivecido.

Já perguntou o porquê ? Não reparou alguma alteração de humor, alguma ida ao hospital ou assalto antes ? Já pensou que aquele roubo do celular pode ter sido traumático, que aquele stress da firma a fez afastar-se das práticas porque não está com humor ? Já pensou que as horas no hospital sozinha naquele dia podem afastado a pessoa das agulhas ? 

Há tantas perguntas a serem feitas. Faça-as e depois converse. Caso continue sendo um "não", dê um tempo de certas práticas por luto ou abra o relacionamento caso não seja poli.


Ela não aceitou as minhas regras, não é adepta do BDSM.

Não, só não. Ninguém é obrigado a aceitar seus protocolos ou seu modo de viver. Só não bateu, não era para ocorrer.  A pessoa pode simplesmente não gostar de ser submissa além da cama. Ela não é menos BDSM por não curtir o seu estilo de BDSM.


Ela terminou comigo!

Não exponha. Foi-se. Deixe-a viver a sua vida. Ela não mais lhe pertence, respeite a vida da pessoa, seu atual relacionamento. Não ameace, isto é crime e você não quer ser um criminoso. Siga o seu caminho, se desprenda e parta para a próxima!

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Estes foram exemplos básicos, mas lembre-se; Não é porque você é Top que tudo pode. Respeite o "não", a Safeword, as diferenças. Busque o que for melhor a ti, sem forçar pessoas a entrar no seu arquétipo. Não, as pessoas não são menos por lhe recusarem, por dizer um "não" a você. Assuma, você nunca agradará a todos. Receber uma negativa não é vergonha alguma, todos recebemos

Se houve um "não" durante ou antes da negociação, simplesmente parta para a próxima. Se é durante a relação ou sessão, converse sobre. Saber os porquês é mais importante do que julgar ou predeterminar. Esteja atento às nuances. às vezes o motivo pode passar despercebido e você não questionou.

Crise temperamental constante não é para Tops, certifique-se de ser uma pessoa centrada, que não irá descontar stress ou ameaçar por qualquer negativa ou término. Você precisa ter bom-senso, empatia e agir de forma consensual sempre. Sua Bottom é um ser humano, não um robô.
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quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Segurança em encontros.

Muitos pensam sobre os abusos recorrentes ao deparem-se com relatos de encontros que geraram abusos, estupros e total quebra de consenso, e estão certos(as) em pensar nisso. Nenhum Top deve estar acima do seu pensamento de segurança. Você não será menos Bottom por  pedir encontros em público após uma conversa virtual. Não importa quem seja o Top, nem sempre as línguas falam a verdade. Aquela pessoa tão bem falada pode ter um momento de stress e você estará com ela. Preze pela sua segurança antes de mais algo.

Antes de seguir com as dicas, é importante saber que conversas virtuais ou pessoais em nada alteram, se a pessoa for uma psicopata, você só saberá no momento em que tudo for ocorrer, ou seja, quando você se tornar a vítima, portando, apesar de muitos dizerem que tops não agem de tal forma e ser educado e compreensivo antes da sessão são pontos a favor, também podem ser contra. Boa parte das pessoas que são excessivamente descontroladas na internet, são evitadas por tudo e todos. Aquelas que mantém muito bem as máscaras são as mais perigosas, pois mentem bem e escondem bem. Então para não cair nas mãos erradas, sempre desconfie, sempre.

Então vamos a algumas dicas:

1 - Histórico: Peça à pessoa o contato com ex parceiros(as) para saber como é o comportamento da pessoa no íntimo e pessoal. Também peça contato de amigos ou faça às escondidas, tudo para garantir que não se encontrará com um Psycko(Pessoa inteligente que abusa das pessoas, psicopata). Então se a pessoa não é conhecida o meio SM, não tem contato com ex ou familiares, não vá, você terá outras chances, estas mais seguras.

2 - Questione: Quais as práticas, perigos, prazeres e contrato da dita pessoa, e o quão bem ela conhece o que diz praticar. Se a pessoa diz praticar, ele deve saber como se faz. Ao perceber explicações desconexas ou falta de explicações, evite, pois ou a pessoa não deseja lhe dizer ou não sabe, em ambos os casos, é uma falha e é melhor evitar de já.


3 - Local público: Faça os primeiros encontros em locais públicos; Burger King, Sorveterias, Shoppings, restaurantes, ambientes com câmeras ou com testemunhas. Ambientes que garantirão que caso a pessoa tente algo não consensual, haverá todo o apoio e provas para denunciá-la, e também se proteger.

4 - Companhia: Por que não ? Leve um amigo ao primeiro encontro para garantir testemunho e até defesa em caso de agressão ou tentativa de perseguição. Sua segurança tem que estar em primeiro lugar. Há 7 bilhões de pessoas no mundo, mas você só tem uma vida, cuide bem dela. A presença de outra pessoa intimida, a pessoa geralmente só faz algo indevido quando está sozinha. Em frente aos outros, ela sabe que será processada ou presa porque há testemunhas.

5 - Cena: Evite uma primeira sessão totalmente amordaçada e presa, pois caso algo ocorra, não poderá gritar, se defender ou fazer algo, e quando acabar, será tarde demais, o trauma já foi criado e o abuso também. Tente ter a primeira cena e um ambiente onde possam lhe ouvir caso precise gritar ou correr. Evite a primeira cena em uma casa fechada, longe de tudo como uma chácara.


6 - SafeCall: Amigo seu, que sabe tudo da sessão (aonde vai ser e com quem), e para o qual você liga para avisar que está tudo bem em horário combinado. (É responsa dele chamar a polícia se você sumir....) Guardião - amigo seu presente na cena, só para observar e agir se necessário (tem até Top que usa, por várias razões).


7 - Nome não é tudo: Não importa se a pessoa é bem falada em grupo ou festa "X" ou "Y", busque contatos íntimos que saibam o que a pessoa é e não o que deixa transparecer por aí. Algumas pessoas fingem bem, portanto aquela pessoa que parece ser o seu sonho, pode ser seu pior pesadelo, e aqui é a parte mais grave de todos os itens: A pessoa é conhecida e bem falada, se ela lhe agredir ou abusar, quem acreditará ? Mesmo com o nome, siga os passos porque terá provas para ir contra a pessoa. 

Evite que passem a mão na cabeça da pessoa só porque ela possui algum nome no meio BDSM, e se desacreditarem, as provas estarão aí para serem exibidas à polícia. Nunca confie demais, não importa quem seja.
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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Prazer ou Costume Social ?

Ao conversarmos com diversas Bottoms para saber o porquê de mutias serem submissas ou terem medo de assumir-se Switchers, recebemos diversas respostas suspeitas como "Tenho medo de deixar de ser o que me ensinaram', "Seria estranho viver sem agradar o parceiro, fui ensinada pela família assim", "Estou tão acostumada com obedecer que tive prazer dominando, mas como irei agradar meu homem ?"

Seriam estas bottoms fetichistas porque gostam, sentem prazer ou porque foram ensinadas a ser boas damas do lar, amélias, desde a infância, e com isto, levaram esse lado ao BDSM também ?

Ao irmos além nas conversas com estas, também percebemos que elas curtem dominar, porém não exercem porque aprenderam que o papel da mulher deve ser cuidar, limpar e agradar seu homem. Deixam de viver o que amam para agradar ao homem, pois é assim que foram ensinadas a viver, para servir não importando sua vontade, "é assim que deve ser".


Ao fazermos uma análise mais crítica, percebemos que mulheres com este tipo pensamento não saem do seu construto social com medo de desagradar tanto seus parceiros quanto à sociedade. Muitas gostariam de fazer algo diferente, viver algo diferente, mas não o fazem por este medo, ou seja, deixam de fazer algo que gostam ou desejam para agradar a visão da mulher do lar.

Mas o que isto tem a ver com BDSM ?

No BDSM, este problema pode ir além. Tais pessoas possuem o hábito de se excluir  para agradar, ou seja, é impossível dizer o que realmente será ou não consensual, pois esta mulher fará o que seu top lhe mandar; O seu papel é agradar o homem do lar e somente. Isto remove toda a questão consensual, nada será feito porque se gosta, mas porque é seu papel na sociedade, algo obrigatório. As práticas BDSM nestes casos podem levar facilmente a um estado depressivo ou de stress, além disto, será extremamente difícil saber quais são os limites e prazeres da pessoa, separar o que ela deseja e gosta de fazer do que faz somente para agradar a imagem gerada pelo construto da família e sociedade.

A relação será saudável até certo ponto, após este a pessoa fará para agradar e somente, para manter a imagem ou humilhação merecida por seu papel descumprido, e não é algo acordado, está atrelado à psique; Se ela falhou em seu papel, esta deve ser punida por não cumprir seu bom papel de mulher.

Agora cabe a auto análise; Você faz suas práticas porque gosta, porque sente prazer ou porque é assim que você tem que ser porque é uma mulher e a boa mulher deve agradar o bom homem ?

O mesmo ocorre com homens que possuem pênis pequenos e algumas masoquistas com algum transtorno. Pensam que devem ser punidos por fugir do papel social de virilidade, obrigação e bons costumes.

Já se questionaram do porquê de fazer aquilo ? Já pensaram se é isso que realmente gostam, ou se é algo que ensinaram a ti ? Avaliem-se, busquem o melhor para vocês e esqueçam-se das amarras sociais. Você faz o que lhe dá prazer, o que deseja, o que lhe preenche, não o que outros querem que você faça.

Você não merece ser punido só por ter o pênis pequeno ou por ser uma transgressora. Isto é um jogo adulto e você é uma vida, então viva como uma. Desprenda-se ao que ensinaram em relação aos "costumes de bem" e viva, no seu íntimo, o que lhe fizer bem. Não faça mal a terceiros, mas não faça mal a si mesmo.

Visite um psicólogo e trabalhe a auto estima, veja seus sonhos, prazeres e fantasias, os viva e deixe de viver o que a sociedade manda. BDSM é um jogo perigoso, para adultos, é bom se amar e saber o que realmente gosta para que a relação seja boa a ti também. Quer ser Switch ? Seja! A sociedade ou sua família nada tem a ver com isto, e este tema cabe a tudo que não prejudique terceiros.

É a sua vida, então se avalie, faça uma auto crítica e viva seus prazeres da forma que desejar. Não deixe que alguém dite como você deve viver, pois no futuro pode ser tarde demais e você deixou de fazer muito para agradar a visão de pessoas que sequer preocupam-se com seu estado mental e físico.

Muitos(as) entram no BDSM com a visão de somente agradar e anular-se, isto pode custar caro. Lembre-se, toda e qualquer prática ou feito devem agradar, ser de vontade de todos os envolvidos, não somente um. Não viva um "Faço tudo por meu(inha) dono(a) para agradá-lo, mas sim um "faço tudo porque gosto e consequentemente o(a) agrado".

Seja feliz, nenhuma pergunta é boba, então questione-se, peça dicas, faça avaliações. Busque o melhor para si, não o que é melhor aos outros. Nenhum valor social deve ser maior que a sua felicidade.
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segunda-feira, 31 de outubro de 2016

Escravas dizem não ?

Um argumento antigo e famoso, que todos conhecem, mas escravas realmente não podem recusar-se a fazer algo ? O relacionamento TPE remove os direitos do bottom ? Vamos às respostas:


Para todos os casos a resposta é "não". Escravas podem sim dizer não, podem recusar-se e até mesmo chamar a polícia caso sofram algum tipo de abuso, pois lembre-se que acima das tríades DS, que determinam a intensidade do relacionamento, está o consenso e este determina que todo e qualquer relacionamento BDSM deve ser consensual, portanto qualquer coisa que impeça a pessoa de exercer seu consenso dentro de um relacionamento é abuso, não estará mais no campo BDSM.


Para melhor entendimento, separarei por tópicos:

1 - Como acontece:

Relacionamentos TPE não surgem do dia para a noite, nem entre desconhecidos, por quê ? Porque  não se conhece a pessoa como "pessoa", não sabe-se de seus reais limites, quais suas vontades ou se é aquilo que ela realmente deseja, se está motivada por algum outro motivo se não o fetiche. É preciso conhecer bem a pessoa para que  não vire um caso de abuso em vez de um relacionamento fetichista saudável.

2 -  Como funciona um relacionamento TPE(Mestre/Escravo): 

Em uma mecânica TPE, a escrava entrega, por livre e espontânea vontade, todo o poder ou quase ao Top. No que isto implica ? No que for decidido entre Top e Bottom. Alguns Bottoms têm até mesmo a roupa usada controlada em uma relação TPE. O prazer da escrava é justamente ceder prazer ao Top no máximo que puder, é uma troca, não uma obrigação.

3 -  Consenso:

O consenso da escrava é mantido, seus limites não são desrespeitados. Acima disto, o Top compreende a situação do escravo. Um mestre jamais obrigaria sua Bottom a praticar algo em estado depressivo, luto, doente ou cansada. A pessoa como humana ainda está acima do fetiche, mesmo em um relacionamento TPE.

4 - Obrigações de um escravo:

As obrigações do escravo são acordadas dentre os envolvidos, assim como limites e afins. Geralmente o Top já possui um arquétipo e busca, em uma Bottom, algo que se encaixe. Não existe uma fórmula pronta, visto que cada pessoa possui fetiches e limites diferentes.

5 - Negativa:

O escravo pode negar-se a fazer algo que esteja fora do acordado ou caso não esteja disposto. O item 1 serve de complemento a esta parte. Um escravo negar-se a fazer algo é raro, pois mestre e escravo se conhecem, sabem quando a outra parte não deseja ou aquilo fugirá das regras acordadas. O escravo está sempre disposto porque o Top não o força, não gera um subdrop, pois o conhece. Irá ordenar, mas saberá quando e como.

6 - Finalização:

O relacionamento TPE é um relacionamento que requer sincronia, experiência, compreensão e respeito pela parte do Top, e compreensão de si mesmo e vontade do Bottom. Assim tudo se encaixa, pois o Top saberá quando poderá aplicar tal prática e quando não precisará sem que o escravo precise negar-se a fazer. O Top tem o escravo quase decorado e irá amparar quando o escravo precisar, assim como castigá-lo quando negar-se a fazer algo sem motivo, e sim, este saberá quando.

Telecinesia ? Não, os dois se conhecem o bastante para saber quando o outro não está bem pelas expressões faciais. Já tiveram seus feedbacks, se conheceram e com isso podem aplicar um sistema "mestre&escravo" sem tornar uma relação abusiva, ao contrário, conseguem criar uma relação intensa e saudável.

Relacionamentos assim não ocorrem do dia para a noite justamente porque precisa-se de sinergia, prazer mútuo a todo instante. Uma relação recém formada, onde um não conhece o outro pode cair facilmente no abuso, pois não se compreende gestos, faces, caras e bocas, e também não se conhece os limites reais dos envolvidos. Brincar de adivinhar e/ou obrigar a pessoa a fazer algo não é indicado, e o segundo tampouco consensual. A diferença entre abuso e uma relação TPE é tênue na mente de muitos, porém pode-se compreender ao conversar com pessoas que vivem esse estilo de vida.
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domingo, 31 de julho de 2016

Safeword e SafeGesture.

Safeword e Safegesture nada mais são do que palavras e gestos acordados dentre as pessoas que realizarão a cena BDSM, ou seja, uma palavra ou gesto que demonstrem que a pessoa está com câibra, dor ou desconforto. São usados para interromper a sessão momentaneamente ou permanentemente, depende do tipo de câibra ou dor sentida. Algumas vezes é usada só para interromper a cena até que a pessoa se recupere ou estique o corpo para que a câibra desapareça, mas também é usada para interromper de vez porque alguma prática pode ter causado forte incômodo ou dor e aí que entra o Aftercare.


Safeword: A palavra de segurança é a palavra utilizada para interromper a sessão caso uma das situações ocorra durante. Assim a sessão é interrompida  momentânea ou permanentemente.

Safegesture: O gesto de segurança é usado quando a pessoa está amordaçada, o gesto deve ser o mais explícito possível, para que o(a) partner veja e entenda no mesmo momento em que se é usado.Gestos comuns são os de desdobrar, dobrar as pernas, desfazer-se totalmente da posição ou jogar o corpo para que fique deitado.


Tanto o Gesture quando a Word não devem ser usados com tom de brincadeira, pois são coisas sérias. Não podem ser interpretados como irônicos ou brincadeira. Por isto é importante que o Bottom utilize somente quando necessário, para que assim a seriedade dos mesmos seja interpretada como se deve, ou seja, de forma séria.

As utilizações não devem ser desrespeitadas. Quando usadas, é dever do top respeitar e interromper o que está a fazer, pois caso não respeite, este deixará de cometer atos consensuais e passará a abusar, e este deve responder perante a lei, pois abuso é abuso, não existe abuso pequeno ou grande.


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sábado, 30 de julho de 2016

BDSM vs Violência




A diferença entre SM e violência é tênue, porém gritante. A diferença está entre o consensual e o não consensual. Separarei as partes mais importantes por tópicos para que seja mais compreensível, ou seja, menos confuso.


1 - O que é.

BDSM: O uso de sensações, práticas e fetiches com o intuito de dar prazer a todos os envolvidos de forma consentida, onde  todos devem estar cientes do que ocorrerá. Caso a prática desagrade algum dos envolvidos, a pessoa pode dizer não ou usar a safeword. Então toda e qualquer prática deve ser interrompida para saber o porquê da pessoa ter usado a safe, para que assim seja compreendido o que houve de errado.

No BDSM respeita-se a opinião, estado físico e psicológico da pessoa acima de tudo.

Violência: Um ato não consentido, com o intuito de descarregar raiva, vingança, tristeza ou qualquer sentimento negativo sob a pessoa, a utilizando como um objeto sem respeito. Não há respeito em empatia, o único intuito é de denegrir, humilhar ou ferir a parte oposta a fim de descarregar a negatividade ou embriaguez.

2 - Intuito.

BDSM: O intuito do BDSM, como dito acima, é dar prazer e sentir prazer dentro de práticas e forma que agrade todas as pessoas. Quanto mais se gosta das práticas, mais se faz dependendo do que for, pois é necessário esperar o tem pode recuperação do corpo. O intuito é gerar o maior prazer possível a todos os envolvidos.

Violência: O intuito dos atos violentos é de somente agredir, matar, abusar ou causar algum dano a um terceiro de forma que este não concorde, ignorando todo o sentido humano ou consensual.  Não há avaliação de momento ou respeito, apenas a fúrias ou raiva que  determinam um só motivo; Fazer com que a pessoa sofra pelo sentimento ruim que se sente.

3 - Negociação.

BDSM: São acordadas práticas que se gosta, não gosta, e tanto faz. As práticas são determinadas por flags.

Green Flag: Práticas livres, que podem ser feitas quando bem entender, pois todos os envolvidos adoram as práticas, e por isso, sempre gerará prazer. 

Yellow Flag: Práticas que não se gosta e nem desgosta. São práticas que não geram prazer, porém não incomodam. Aqui também entram práticas que podem ser feitas sob certas ocasiões ou tempo. Aqui entram fatores importantes como respeito e confiança para que esta pessoa consiga praticar sem ser forçada.

Red Flags: Práticas que não devem ser feitas em hipótese alguma. Estas devem ser evitadas SEMPRE, pois são práticas que as pessoas odeiam, sentem nojo ou não gostam devido a traumas. Portanto, deve-se respeitar os limites acima de tudo.

Violência: Ignora-se todos os traumas, prazeres e sentimento da pessoa. Não há avaliação, acordo ou negociação. A Violência às vezes é sinalizada, mas nunca de forma consensual; "Você vai apanhar quando eu chegar", "Você não fez o seu trabalho, vai apanhar", estas são frases comuns antes e após atos violentos.

4 - Resultado.

BDSM: Pessoas felizes, em estado de sinergia, pois gostam das mesmas coisas. Envolvimento pessoal e sentimento de satisfação por termos alguém que confiamos e que nos compreenda, sem nos achar insanos ou nos violentar por gostarmos de determinada coisa.

Violência: Traumas, depressão, estados psicológicos traumáticos e desconfiança, pois nunca se sabe quando o(a) parceiro(a) irá repetir e agredir novamente. Um relacionamento baseado no medo.

5 - Pós.

BDSM: Há todo o cuidado pós cena, onde cuida-se do psicológico dos envolvidos, oferecendo apoio, conversa ou até mesmo um sexo mais comum para que a pessoa se sinta mais confortável. O Sm possui algo chamado Aftercare que é resumidamente o cuidado pós cena; O que é ?

O Aftercare é o momento onde Top e Bottom cuidam das feridas ou marcas feitos pela cena, também fazem um feedback, a falar sobre o que gostaram e desgostaram durante a cena. São fatores importantes para que nada de desagradável ocorra, ainda mais ao falarmos de novatos, que não sabem exatamente o que gostam. Caso a pessoa entre em estado desagradável após as cenas BDSM, ela terá todo o apoio e cuidado da pessoa que realizou a prática, para confortar e explicar. A pessoa não deve ficar sem este momento.

Violência: Não há pós, ignora-se o estado depressivo, pois pensa que é porque a pessoa mereceu. Não importa o estado em que ela se encontra, nada disso é importante, pois toda a raiva já fora descarregada.

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Vale lembrar que por mais bobo que seja, qualquer ato não consensual é entendido como abuso. Se a pessoa estiver em uma festa, é terminantemente proibido tocá-la sem sua permissão. Não é porque ela está em uma brincadeira dentre amigos que um estranho poderá fazer o mesmo com ela enquanto ela está no "X".

Cantadas, flertes e afins também entram aqui, pois caso a pessoa não goste e não tenha dado permissão, qualquer ato ou fala íntima é proibido, pois a pessoa não deseja e não permitiu. É muito importante lembrar que álcool, drogas e remédios controlados entram na quebra de consenso, pois alteram o humor e senso da pessoa, o que faz com que o consenso perca seu sentido.

Outro fator importante são os sentimentos. O consenso muda de acordo com o ânimo, pois nem sempre a pessoa deseja mesmo que goste. Uma pessoa que chegou de seu trabalho estressada pode não querer praticar algo e isso é algo importante a ressaltar.

O(a) colega não deixou, está alterado, não gosta, está de mal humor ou algo do tipo ? Não pratique com ele, o conforte, mas não pratique SM ou sexo com este.

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